quinta-feira, 31 de março de 2016

"Cresci Nos Piores Momentos", Diz Adriane Galisteu Sobre Vida Sofrida

Postado por Redação Donna
04-05-2010 às 19h10
Revista Donna - revistadonna.clicrbs.com.br

Adriane Galisteu viveu momentos difíceis e dramáticos 

Ela não tem nada contra ser chamada de “celebridade”.

– Me considero uma mulher que trabalha muito e que é um trabalho absolutamente exposto. Faço televisão, teatro, rádio – diz, com uma voz segura.

Também tem preocupação com questões sociais, como o avanço da Aids entre os jovens, possui até um projeto para arrecadar dinheiro e investi-lo no combate à doença que levou seu irmão. Sobre o romance com Ayrton Senna diz que é um livro já fechado.

Pergunta – Você teve uma infância difícil, enfrentou muita barra pesada. Que lição você tirou disso?

Adriane Galisteu – As melhores, por incrível que pareça. Hoje eu olho para trás e vejo como cresci nos piores momentos. Não sei se isso é da minha história, mas aprendo muito mais com a dor do que com momentos de alegria. Tirei grandes lições, tinha que ter passado por tudo isso mesmo. A vida passa, dá rasteira na gente, por isso temos que viver intensamente, mas respeitando nossos limites e os mistérios dessa vida.

Adriane com sua mãe e irmão Alberto, o Beto, na infância

Pergunta – Hoje você frequenta o jet set brasileiro, é uma profissional respeitada. Mas você já enfrentou algum preconceito?

Adriane – O preconceito faz parte do ser humano, é inevitável, infelizmente. Loira encontra preconceito, gordo, pobre, rico, negro, gay. Inclusive tenho um projeto, A Cara da Vida, que é para fazer com que as pessoas se preocupem mais com a Aids. De uns tempos para cá ? não sei se por causa da eficácia de alguns medicamentos ?, as pessoas banalizaram um pouco a doença. Comecei essa campanha no ano passado e continuo com ela este ano. Todo o dinheiro arrecadado é doado para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, para que os pacientes tenham uma qualidade de vida melhor. Nós não podemos salvar ninguém, os medicamentos só estão dando uma sobrevida às pessoas é bom lembrar que ainda não há cura para a doença.

Pergunta – Você viveu um drama na sua família por causa da Aids 

Adriane – Sim. Perdi um irmão em 1996. Naquela época, tinha-se um pavor da doença, ninguém entendia muito. A única referência que nós tínhamos era o Cazuza. Por isso, me senti na obrigação de levantar a bandeira de combate à Aids novamente. É triste ver tantos jovens sem usar preservativos e também ver pessoas acima de 60 anos se contaminando.

Pergunta – Desde pequena você vive sob os holofotes, não cansa se expor tanto… perder a privacidade?

Adriane – Eu não encaro assim. Eu fui conhecida por meio da minha vida pessoal. Quando mais precisei ? que foi na época da morte de Ayrton Senna ?, esta fama me ajudou. Hoje carrego a história do Ayrton como um escudo e não como um fardo. Mas essa história é um livro que encerrei a última página há tempos, porém guardo com muito respeito no meu coração. Eu não cheguei sozinha aonde estou. Agora, que eu conquistei o meu espaço, não digo: ‘quero distância da imprensa’. Não consigo virar as costas para as pessoas e os amigos que me ajudaram.

Ayrton Senna e Adriane Galisteu

Pergunta – A morte de Ayrton Senna, seu namorado na época, foi traumática para todos, como você superou esse drama?

Adriane – Como a do Senna, eu não esqueço as mortes do meu pai, do meu irmão, da minha vó, que me criou. Essas pessoas fazem parte da minha vida e vão fazer eternamente, mesmo que não estejam aqui. Não tem um dia que eu não me lembre do que aconteceu na minha vida (com Senna). Guardo essa história com carinho e respeito no coração. Mas hoje a minha vida é muito diferente. É difícil perder um ente querido, parece que a gente nunca mais vai voltar ao normal, mas é possível.

Adriane Galisteu foi rejeitada e humilhada pela família de Ayrton Senna no funeral do piloto

Pergunta – Você sente alguma mágoa com relação à família do piloto?

Adriane – Não tenho mágoa nenhuma, não alimento isso. Morro de medo de ter um câncer alimentado pelo rancor e pela vingança. As pessoas que vivem com mágoa, chateadas, rancorosas, têm mais tendência a desenvolver esse mal.


REFERÊNCIAS

REVISTA DONNA - Adriane Galisteu: “Estou pronta para ser mãe”. Disponível em: <http://revistadonna.clicrbs.com.br/noticia/adriane-galisteu-estou-pronta-para-ser-mae/>. Acesso em: 31 de março 2016.








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