sexta-feira, 31 de julho de 2015

Piquet: “Senna era um filho da p....”

25 de julho de 2015
Formula.hu 

Piquet na Hungria 2015

Piquet está no GP da Hungria 2015, pois será homenageado, gabou-se pela ultrapassagem histórica em Ayrton Senna e detonou o antigo rival, o que está dando muito o que falar na imprensa Húngara. A verdade é que Senna ofusca a imagem de Piquet até hoje. Na minha opinião Piquet tem (sempre teve) inveja de Senna. "

TRADUÇÃO LIVRE DO HÚNGARO 

O tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet aos 62 desafia a etiqueta e detona Ayrton Senna.

É bem sabido que Piquet e Senna se odiavam como concorrentes, ligeiramente talvez compreensível quando se considera que eles são (certamente) dois dos melhores pilotos brasileiros de todos os tempos, e em virtude do destino, competiram na mesma época, um contra o outro - não apenas os troféus, mas também a adoração do público brasileiro.

A popularidade rivalizada entre Senna e Piquet, competidores na mesma época, foi obviamente um difícil processo, ainda mais depois que seu compatriota morreu de forma trágica em 1994. O culto a Senna desde então dispararam, se tornando quase um modelo de louvor e respeito. E o outro concorrente, Piquet, foi quase como Senna, ou tão bom quanto, nós tendemos a esquecer disso.

"Senna durante toda a carreira de piloto foi um filho da p..." - diz Piquet, falando do piloto que morreu há 21 anos. "Por exemplo no campeonato britânico de F3, Senna tirou Martin Brundle da pista (bateu com seu carro no carro de Martin Bundle, tirando ele da disputada pelo título de Fórmula 3), na última corrida da temporada em Brands Hatch, anos depois fez o mesmo com Alain Prost na F1 (ele se refere ao episódio que Senna tirou Prost da pista para vencer o campeonato de 1990, porém no ano anterior, em 1989, Prost havia feito o mesmo, tirado o brasileiro da pista para vencer o campeonato. Ou seja, foi uma vingança de Senna). O Senna da pista nunca foi justo. "

Isso são afirmações de Piquet a Senna relacionados fortemente as suas próprias, reais ou imaginárias, queixas pessoais, isso se comprova na seguinte frase de Piquet: "Ayrton Senna não era muito bom piloto, eu sei disso porque foi tão fácil de ultrapassá-lo no primeiro Grande Prêmio da Hungria em Hungaroring. Duas voltas antes eu havia tentado ultrapassá-lo, mas, em seguida, fiquei preso na parte suja da pista. Portanto, acabei conseguindo finalmente por fora"- relata com um brilho estranho em seus olhos, não apenas pelo feito de conseguir uma das melhores ultrapassagens do século seria motivo de orgulho, mas também para o fato de que, embora bem apresentados e a outra, que - se talvez um pouco demasiado agressiva, embora o registro mostra não apenas isso, mas - ainda defendeu a sua própria posição em uma corrida de carros ...

Senna não ficou sabendo a maioria dessas criticas de Piquet (para não dizer ofensas), de modo que se tornam críticas pessoais, embora com reservas, mas ainda assim de alguma forma aceito (Piquet dar sua opinião). No entanto, essa afirmação de que Senna não era bom piloto, que se sentem traídos pelo próprio Piquet e todas as declarações anteriores feitas para desacreditar também. Felizmente, uma vez que vivemos numa época em que o suficiente para ir no YouTube, procurar o nome Ayrton Senna  e lá há milhares de vídeos que. Para não mencionar o fato de que tal declaração Piquet possui realmente os resultados podem degradar porque basicamente ele disse que com o de 1986, Hungaroring referido organizá-lo porque ele só poderia ser realizado como um "não muito bom concorrente", levou a outra carro. Ele sabe ...


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Ayrton Senna era um piloto “tão ruim” que Piquet, com um carro bem superior ao de Senna, fez um grande esforço para ultrapassá-lo (suou o uniforme) - chegando a quase bater, para ultrapassar a Lotus de Senna bem inferior a sua Williams.

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Certamente Piquet está falando de maneira irônica, senão estaria se contradizendo, pois em várias ocasiões havia dito que Senna foi um excelente piloto, como em uma entrevista para a revista placar em 1986: 


Placar - E Ayrton Senna piloto. Qual sua opinião?


Piquet - É magnífico. Um ótimo piloto. Um cara que arrisca tudo, até demais. Se você perguntar a qualquer outro piloto, vão te dizer a mesma coisa. Muitos, porém, temem que ele seja ousado demais e esteja sujeito a dar uma cacetada a qualquer momento. Na F-1 a gente está sempre aprendendo. Nunca se sabe o suficiente. O perigo maior para um piloto é pensar que já sabe tudo.


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Nessa vídeo abaixo Piquet Confessa que sua Williams era melhor do que a Lotus de Ayrton Senna no GP da Hungria 1986


Nelson Piquet Confessa Que Era Dificilimo Ultrapassar Ayrton Senna, mesmo Ayrton tendo carro muito inferior ao dele. Ou seja, a famosa ultrapassagem de Piquet em Senna na Hungria 1986 só aconteceu porque a Lotus de Ayrton era bem inferior a Williams de Piquet. O próprio Piquet confessa nesse vídeo.



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Piquet está no GP da Hungria 2015, pois será homenageado, gabou-se pela ultrapassagem histórica em Ayrton Senna e detonou o antigo rival, o que está dando muito o que falar na imprensa Húngara.

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TRADUÇÃO LIVRE DO ITALIANO 

Piquet: "Senna? Ele era um filho da ... "


Chiara Rainis
31 de julho de 2015
f1grandprix.motorionline.com

De acordo com a carioca Ayrton não era mesmo um bom piloto

É bem conhecido que Nelson Piquet e Ayrton Senna nunca se deram bem quando estavam competindo por vitórias e status no final dos 80 e começo dos 90, no entanto o comentário escapulido pelo carioca, tricampeão do mundo no fim de semana em Budapeste, realmente foi de muito mau gosto.

"Em toda sua carreira Ayrton Senna foi um verdadeiro filho da p ***** a - disse a Formula.hu - Quando ele correu na F3 britânica, contra Martin Brundle, jogou o outro piloto para fora da pista na última corrida pelo  título e fez o mesmo em 1990, com Alain Prost ".


"Na minha opinião, ele nunca foi um grande piloto, isso é mostrado na facilidade com que eu consegui ultrapassá-lo na primeira edição do Grande Prêmio da Hungria de três décadas atrás, quando ele dirigia um Lotus e eu Williams - ele acrescentou - Eu poderia te-lo ultrassado duas voltas antes.



TRADUÇÃO LIVRE DO ITALIANO

Piquet: “Senna? Era un figlio di…”

Chiara Rainis
31st luglio, 2015
f1grandprix.motorionline.com

Secondo il carioca il compianto Ayrton non era neppure un buon pilota

Che Nelson Piquet e Ayrton Senna non si fossero mai piaciuti quando erano in lizza per vittorie e status di verde-oro di riferimento nella ruggente F1 a cavallo tra gli anni ’80 e ’90 è cosa nota, tuttavia il commento sfuggito al tre volte iridato di Rio de Janeiro in occasione del weekend di Budapest ha sfiorato davvero il cattivo gusto.
“Per tutta la durata della sua carriera è stato un vero figlio di p*****a e sempre scorretto – ha detto a Formula.hu – Quando correva nella F3 britannica ad esempio buttò fuori all’ultima gara Martin Brundle per aggiudicarsi il titolo e lo stesso fece nel 1990 con Alain Prost”.
“A mio parere non è mai stato un gran pilota e lo dimostra la facilità con cui riuscì a sorpassarlo proprio nella prima edizione del Gp d’Ungheria trent’anni fa quando lui guidava la Lotus e io la Williams – ha aggiunto – Avrei potuto farcela due giri prima, ma rimasi bloccato nella sua traiettoria per cui azzardai all’esterno”.

Chiara Rainis
31st luglio, 2015
f1grandprix.motorionline.com



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Piquet: “Senna sempre foi um piloto sujo na sua carreira”

Foto: James Moy Photography

Luis Fernando Ramos (Ico)
Blog do Ico - blogdoico.blogosfera.uol.com.br

31/07/2015 06:10

Convidado de honra da 30ª edição do GP da Hungria, Nelson Piquet estava bastante à vontade em Hungaroring. Deu uma volta ao lado de Bernie Ecclestone num carro conversível antes da largada e relembrou, numa conversa comigo, das impressões que teve na primeira visita da Fórmula 1 a um país do bloco comunista, em 1986.

“Tinha a chamada Cortina de Ferro, se falava muita coisa. Mas quando cheguei aqui, o povo era agradável e o lugar era muito bacana. A pista também é muito legal. Muito difícil, com essa sequência grande de curvas: esquerda-direita-esquerda-direita. Eu gostava bastante. Foi muito legal ter vindo aqui logo no início da F-1 na Hungria”, afirmou.

Teve também uma longa conversa com três jornalistas locais, Sandor Meszaros, Peter Farkas e Barna Zsoldos, onde relembrou diversas passagens da prova inaugural em Hungaroring e também de sua carreira. Começando pela famosa ultrapassagem feita por fora na primeira curva de Hungaroring, que lhe garantiu a vitória. Descontraído, Piquet foi inicialmente irônico: “Senna era um piloto horrível, era fácil ultrapassá-lo”, disse, arrancando risos de seus interlocutores.

Questionado se realmente havia mostrado o dedo médio a Senna ao completar a manobra, ele descreveu a manobra. “Você viu toda a ultrapassagem? Você viu as duas voltas anteriores? Olhando com calma, na primeira vez eu tento por dentro, e ele me empurra para o lado sujo da pista. E na segunda vez ele tenta fazer o mesmo. Mas ao invés de ir para a direita, eu coloco de lado pela esquerda e ele não esperava isso”.

Depois, atacou o estilo de pilotagem do compatriota. “Ele sempre foi muito sujo na sua carreira. Ganhou o campeonato de F-3 porque ele bateu no Martin Brundle, em Brands Hatch, na última corrida, acabou com o carro em cima. (n. R.: o acidente a que Piquet se refere aconteceu em Oulton Park, na 17ª etapa das vinte realizadas). Fez o mesmo com Prost em 90 para ganhar o campeonato. Eu não concordo com isso. No automobilismo, você precisa ser limpo. Quer ser campeão? Tudo bem. Mas precisa ser limpo. Ele não era limpo na pista. Foi por isso que mostrei o dedo do meio para ele”.

Piquet também lembrou dos desentendimentos com Nigel Mansell, iniciados justamente em 1986 quando ambos eram companheiros de equipe na Williams. “Era uma equipe inglesa e muita gente ali queria ver um piloto inglês campeão. Eu era um piloto experiente, entrei na Williams e fiz todo o desenvolvimento do carro e também do motor, com o conhecimento que eu trouxe da BMW. No final, assinei um contrato de primeiro piloto. Mas aí Frank Williams teve o acidente, quebrou a espinha e estava no hospital. O problema dele era muito maior que o meu”.

Segundo o brasileiro, ele optou por criar um ambiente tumultuado justamente para evitar o que julgava um favorecimento interno a Mansell. “Perdemos o campeonato em 1986 por causa disso e poderia ter acontecido o mesmo em 87. Mas eu tinha só um probleminha comparado com o do Frank. O que eu fiz foi criar um ambiente turbulento dentro dos boxes, para não sentar na mesma mesa que Nigel. O que foi difícil, pois eu tinha de ganhar meus mecânicos e meus engenheiros para o meu lado. Foi um campeonato mais político do que técnico. Por isso que eu deixei a Williams no final do ano. Acabou sendo um grande erro, mas o clima lá era muito ruim”.

Um clima que ele sempre achou bom foi o de Budapeste durante o GP da Hungria. “As mulheres eram muito bonitas. E vi pessoas felizes, como os brasileiros. Foi uma época boa para estar aqui. Todos gostavam de vir para a Hungria. Se a minha impressão hoje é a mesma? Não sei, minha mulher veio comigo, fica mais difícil julgar”, ri o piloto.


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Comentários de fãs nas redes sociais e no site da UOL

Vitor Colen E o Piquet não foi sujo? Perguntem ao Mansell [Piloto] o que ele tramava nas madrugadas. Hipócrita. A maior vergonha da Fórmula 1 foi protagonizada por seu próprio filho [Nelsinho Piquet provocou um terrível acidente no GP de Cingapura, a mando da equipe, para beneficiar seu então companheiro Fernando Alonso, prejudicando inclusive outro brasileiro Felipe Massa]. Árvore ruim dá frutos ruins.


Camila Mansur Deve ser muito difícil para esse imbecil, estar vivo e ninguém se importar com isso. Já o Ayrton, mesmo depois de 21 anos falecido, continua vivo na memória de todos, até mesmo daqueles que nem se quer se importam com F1.

Alexandre Andrade Até morto o Senna ganha do Piquet! A raiva dele é nunca ter tido o prestígio que Senna teve.


Alexandre Andrade Senna até morto incomoda! Simples Assim...

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FONTE PESQUISADA

Formula Hu - Piquet: Senna egy rohadék volt. Disponível em: <http://www.formula.hu/retro/2015/07/25/piquet-senna-egy-rohadek-volt>. Acesso em: 31 de julho 2015. 

SEIXAS, Fábio. Piquet, direto e reto. Disponível em: <http://sportv.globo.com/site/blogs/especial-blog/blog-fabio-seixas/post/piquet-direto-e-reto.html>. Acesso em: 31 de julho 2015. 


RAMOS, Luis Fernando. Piquet: “Senna sempre foi um piloto sujo na sua carreira”. Disponível em: <http://blogdoico.blogosfera.uol.com.br/2015/07/31/piquet-senna-sempre-foi-um-piloto-sujo-na-sua-carreira/?cmpid=fb-geral>. Acesso em: 31 de julho 2015. 


RAINIS, Chiara. Piquet: “Senna? Era un figlio di…”. Disponível em: <http://f1grandprix.motorionline.com/piquet-senna-era-un-figlio-di/>. Acesso em: 31 de julho 2015. 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ayrton Senna, O Esportista do Ano, 1985 EM CONSTRUÇÃO

Reportagens sobre o prêmio “Esportista do Ano 1985” da revista placar ganho por Ayrton Senna. A entrega do prêmio foi em março de 1986

Juca Kfouri entrega o troféu de Esportista do Ano de Placar em 1986 para Ayrton Senna.
Foto de André Boccato

Revista Placar, 13 de janeiro de 1986












Revista Placar, 10 de março de 1986

Senna, com Juca Kfouri e Furquim de Campos, do Banco Nacional: prêmio juntos







Chico Landi aconselhando Ayrton Senna: experientes afinetadas




FONTE PESQUISADA

O esportista do ano: Ayrton Senna. Edição especial de Placar, São Paulo, edição nº 816, 13 de janeiro de 1986.

Astro festejado. Edição especial de Placar, São Paulo, edição nº 824, p. 71 – 72, 10 de março 1986.

Adriane Galisteu Assiste Acidente de Ayrton Senna

Adriane Galisteu Assiste o Acidente de Ayrton Senna da mansão que morava com o piloto, no Algarve em Portugal

Trecho extraído do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu

- Ai, que bom! Ele vai voltar mais cedo para casa. Foi um relâmpago na minha cabeça - um pensamento egoísta, com certeza estúpido, talvez inconseqüente. Mas, por um segundo, tive este flash de esperança: ele arrancaria luvas e capacete, sairia do carro carregando aquela cara de garoto ofendido tão familiar por ocasião das derrotas, se recomporia, fugiria às carreiras do autódromo e das entrevistas, já encontraria o comandante Mahonney esperando por ele no aeroporto, com a turbina ligada, e em questão de horas estaria se jogando nos meus braços, em outro país, em nossa casa, no Algarve, em Portugal.


     O impacto do carro no muro ganhava bis e mais bis na tevê. Curva Tamburello, o nome do lugar, repisavam os comentaristas. Era uma tomada a distância - e a distância o que dava para ver era a lateral direita do Williams azul razoavelmente amassada, uma roda perdida, nada que sugerisse alguma coisa mais grave do que batidas parecidas com aquelas das quais ele já tinha se livrado, são e salvo. Outra imagem da tevê mostrava com clareza o momento em que o Williams se desgarrou da pista, em alta velocidade, e sumiu do campo de visão da câmera acoplada ao carro que o seguia, o do alemão Schumacher.



     Dei um salto do sofá, ainda segurando o prato do almoço na mão - franguinho diet, legumes, para manter a forma. Minha única companhia, naquele casarão enorme, era Juraci, a caseira. Expectativa: mas por que demorava tanto o socorro? Bandeiras amarelas agitavam-se nas proximidades, mas ninguém acudia o piloto acidentado. As câmeras da televisão italiana, mal localizadas, também pareciam manter um distante desinteresse pelo que tinha acontecido.

     Minutos de espera - na verdade, me pareceram horas. Minha taxa de adrenalina foi subindo, mas confesso que não me desesperei de cara. Tinha certeza de vê-lo, de repente, desatando o cinto de segurança e saltando, lépido, para fora daquela carcaça meio estropiada, capacete verde-amarelo debaixo do braço, enfezado, a caminho dos boxes.


     Nada. O primeiro carro de socorro enfim se aproxima. Nada. A narrativa do locutor da televisão inglesa começa a dar sinais de ansiedade. Nada. Eu só gritava: - Mas o que eles estão esperando?

     Perdi a fome. Colei os olhos no telão, enquanto o helicóptero com um cinegrafista a bordo tentava, enfim, buscar uma imagem mais próxima. A coisa tinha sido pior do que eu imaginara. Mas eu nunca teria imaginado o pior - e ainda me recusava a imaginar.

        - Deve ter quebrado os braços, ou uma perna - comentei, não sei mais se para mim mesma ou em voz alta. Buscava a única explicação possível, um consolo, para a cena inesperada. O Béco que eu conhecia tinha pavor de se machucar. Era cair de um jet-ski, em Angra, ou escorregar na quadra de tênis, em Sintra, para ele parar tudo, checar músculos e articulações, pedir uma massagem rapidinha - meticuloso em seu preparo invejável, ele não tinha a menor vontade ou vocação para entrar em contato físico com a dor.

- Sai do carro, sai - tinha ímpetos de gritar, e gritava. Ele não saía. Pensei: desmaiou. Mas o ligeiro movimento de cabeça, meio para a esquerda, que a câmera captou, deu força a minha teoria: ele pedia ajuda, implorava para que o retirassem dali. O amontoado de gente sobre ele, as frestas de imagem mostradas em meio ao atendimento, a aflitiva movimentação dos paramédicos, os comentários nervosos dos locutores foram desenhando na minha alma, lenta, lentíssima, muito lentamente, o painel do pânico. Eu continuava de pé, na sala de tevê, imóvel, em silêncio, quando começou a me subir do estômago, ou de um lugar qualquer situado entre o estômago e o esôfago, uma coisa esquisita, entre um grito e um soluço. Vi os pés dele. Sem movimento. Era a revelação fatal. Sou expert na linguagem dos pés. Eles me dizem tudo. O que os pés dele me diziam, naquela hora, era a mais terrível de todas as coisas. 



Soltei meu desespero, pranto, berro, medo, inconformidade - mas ainda um quê de esperança, por que não? Aí, pela reação em torno, é que percebi que já não estava sozinha naquela sala, que a Juraci berrava, que os vizinhos tinham acorrido, que cães latiam assustados, que o telefone tocava. Uma sinfonia fúnebre se instalava na casa em que eu, na minha santa ingenuidade, pensava vê-lo chegar aquela noite, mais cedo, com aquele sorriso lindo, pronto para um reencontro que já demorava quase um mês.


Jamais passou pela minha cabeça a idéia de que o palco onde ele foi três vezes rei poderia ser ó mesmo de sua morte. Nunca se pensou que Ayrton Sena morreria numa pista de corrida. Nem eu nem ninguém. Ele vivia do risco da velocidade extrema, mas o seu talento incomparável parecia ter eliminado, da cabeça de todos os seus adeptos do mundo inteiro, essa sinistra possibilidade. Ele até que talvez pudesse pensar. Mas essa era a natureza de seu trabalho - que ele conhecia melhor do que ninguém.



Depositaram o corpo dele, inerte, sobre a pista de Ímola - e eu continuava ignorando a hipótese do pior. Uma mancha vermelha no chão, da cor do sangue, me apavorou. Mas uma alma piedosa me enganou:

- Não é nada, não. É uma espuma nova que estão usando, contra incêndio.
Acreditei. 





FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 






terça-feira, 28 de julho de 2015

Ayrton Senna e Adriane Galisteu - La Notte - Arisa - Vídeo


“A letra da música “La Notte” da cantora Itália Arisa fala de uma esposa cujo marido é piloto. Ela revela os temores pela profissão e o tempo em que permanece sozinha, distante, enquanto o marido está exposto aos riscos naturais do que escolheu fazer.” – Jornalista Lívio Orichio (Globo.com - 21/07/2015)



A noite - Arisa

Não basta um raio de sol num céu azul como o mar
Porque carrego uma dor que sobe, que sobe
Para nos joelhos que tremem, e eu sei por quê

E não para a corrida, ela não quer parar
Porque é uma dor que sobe, que sobe e faz mal
Agora está no estômago, fígado, vômito, finjo mas está

E quando chega a noite
E fico sozinha comigo
A cabeça sai e viaja
Em busca dos seus porquês
Nem vencedores nem perdedores
Saem derrotados na metade
A vida pode nos distanciar
O amor continuará

O estômago resistiu ainda que não queira comer
Mas tem a dor que sobe, que sobe e faz mal
Chega no coração e quer batê-lo mais forte que eu

Prossegue na sua corrida, pega aquilo que sobra
E de repente explode e estoura a minha cabeça
Queria uma resposta, mas, no fundo, não tem resposta

E sobe e sai pelos olhos
O sol, agora, onde está?
Enquanto a dor está no papel
Sentada aqui ao meu lado

Que as palavras no ar
São palavras pela metade
Mas elas já estão escritas
E o tempo não passará

Mas quando chega a noite, a noite
E fico sozinha comigo
A cabeça sai e viaja
Em busca dos seus porquês
Nem vencedores nem perdedores
Saem derrotados na metade
A vida pode nos distanciar
O amor continuará

Mas quando chega a noite, a noite
E fico sozinha comigo
A cabeça sai e viaja
Em busca dos seus porquês
Nem vencedores nem perdedores
Saem derrotados na metade
O amor pode nos distanciar
A vida então continuará
Continuará
Continuará

*

La Notte - Arisa

Non basta un raggio di sole in un cielo blu come il mare
Perché mi porto un dolore che sale, che sale
Si ferma sulle ginocchia che tremano, e so perchè

E non arresta la corsa, lui non si vuole fermare
Perché è un dolore che sale, che sale e fa male
Ora è allo stomaco, fegato, vomito, fingo ma c'è

E quando arriva la notte
E resto sola con me
La testa parte e va in giro
In cerca dei suoi perchè
Né vincitori né vinti
Si esce sconfitti a metà
La vita può allontanarci
L'amore continuerà

Lo stomaco ha resistito anche se non vuol mangiare
Ma c'è il dolore che sale, che sale e fa male
Arriva al cuore lo vuole picchiare più forte di me

Prosegue nella sua corsa, si prende quello che resta
Ed in un attimo esplode e mi scoppia la testa
Vorrebbe una risposta ma in fondo risposta non c'è

E sale e scende dagli occhi
Il sole adesso dov'è?
Mentre il dolore sul foglio è
Seduto qui accanto a me

Che le parole nell'aria
Sono parole a metà
Ma queste sono già scritte
E il tempo non passerà

Ma quando arriva la notte, la notte
E resto sola con me
La testa parte e va in giro
In cerca dei suoi perchè
Né vincitori né vinti
Si esce sconfitti a metà
La vita può allontanarci
L'amore poi continuerà

Ma quando arriva la notte, la notte
E resto sola con me
La testa parte e va in giro
In cerca dei suoi perchè
Né vincitori né vinti
Si esce sconfitti a metà
L'amore può allontanarci
La vita poi continuerà
Continuerà
Continuerà

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ayrton Senna Odiava Terno e Gravata

Trecho extraído do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu

Apesar de odiar usar terno e gravata, esses trajes caiam muito bem em Ayrton
Ayrton Senna em Paris/França, 09 de dezembro de 1993
Foto: Gerard Fouet

Acabei me saindo razoavelmente com os hashi, naquele restaurante maravilhoso, do próprio hotel, mas ao ar livre, perfumado pelos aromas de jardim japonês, com acesso entre pontezinhas charmosas e tortuosos caminhos de pedra. Não tive coragem de experimentar peixe cru, mas me deliciei com um camarão feito na chapa - capturado vivo, enorme, ali mesmo num aquário. Eu pensava: "Coitadinhos dos bichinhos". Mas foi a refeição mais deliciosa de que me lembro em toda a minha vida - disparada na frente até dos meus maníacos Big Macs, posso confessar. Nossos quatro anfitriões, todos homens, curvando-se e recurvando-se em gentilezas, trouxeram de presente uma câmera fotográfica. Estavam todos muito formais, de terno escuro e gravata. Todos, inclusive o Ayrton. Quando nos despedimos e subimos para nossa última noite japonesa, a primeira coisa que Béco fez foi arrancar a gravata, com força:

- Tenho ódio de terno e gravata - disse.

Não é esse, com certeza, em meio a um cenário de sutilezas japonesas e lembranças bonitas, o melhor momento para protestar contra um pequeno detalhe do triste dia do enterro de meu Béco. Mas vá lá: achei um absurdo, fiquei horrorizada, quando soube que o vestiram com terno e gravata. Quem sou eu para conhecer - e mesmo para acreditar - alguns mistérios do universo, mas pensei, com ternura, comigo mesma:


- Se daqui do esquife ele tiver que se apresentar em algum outro lugar, alguma outra dimensão, outra esfera, vai ficar furioso em se ver nesses trajes.

Ayrton Senna em Paris/França, 09 de dezembro de 1993
Foto: Reprodução



FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

Fãs Comentam: Vettel Quebra Recorde de Ayrton Senna, e Agora é o Terceiro Com Mais Vitórias

Vettel: ‘Igualar a marca de Senna é incrível’
Alemão da Ferrari chegou a 41 vitórias ao vencer na Hungria
POR O GLOBO
26/07/2015 16:12 / ATUALIZADO 26/07/2015 16:42

Vettel comemora a vitória em Hungaroring que o fez igualar a marca de Senna - ANDREJ ISAKOVIC / AFP

Sebastian Vettel descreveu como “incrível” igualar o número de vitórias de Ayrton Senna na Fórmula-1. Com o primeiro lugar no Grande Prêmio da Hungria, em Hungaroring, o alemão tetracampeão mundial chegou a 41 triunfos. Para Vettel, não há palavras para descrever o que ele sentiu ao agora também ser o terceiro piloto com o maior número de vitórias na categoria.

Apenas dois pilotos tem mais vitórias do que Vettel na F-1. O alemão Michael Schumacher, o recordista com 91 triunfos, e o francês Alain Prost, que obteve 51 vitórias na carreira.

- Igualar a marca de Senna é incrível. Não sei como descrever isso em palavras. Eu acho que (a vitória de) hoje foi para Jules (Bianchi) e sua família. Acho que isso foi maior do que qualquer coisa. Mas certamente para nós, para o time, para mim mesmo, foi um dia incrível. Obviamente um pouco complicado no fim, quando tivemos que forçar um pouco mais de novo. Infelizmente Kimi (Raikkonen) perdeu a segunda posição por causa dos problemas que ele teve, mas é ótimo estar no topo de novo - disse o alemão, também dedicando a vitória ao ex-piloto da Marussia, o francês Jules Bianchi, que morreu na semana passada.

Antes da corrida, os pilotos fizeram uma homenagem a Bianchi. Eles se reuniram na pista, fizeram um círculo e colocaram seus capacetes no centro. Em seguida se abraçaram e fizeram um minuto de silêncio. A família do ex-piloto francês também participou da cerimônia.



- Essa vitória é para Jules. Foi um fim de semana incrivelmente difícil, e acho que, para todos nós, foi muito, muito difícil. Então, essa vitória é para ele e, especialmente, para todas as pessoas da Ferrari. Todos aqui na Ferrari sabíamos que cedo ou tarde ele faria parte deste time, parte dessa família - disse o alemão. - Essa vitória é para você, Jules - completou o piloto, falando em francês.

Vettel disse que a entrada do safety car na parte final da corrida tornou o fim da corrida imprevisível.

- Obviamente tornou tudo muito mais interessante no fim. Tivemos um grande começo e foi crucial largar na frente. Foi uma grande corrida e só tenho a agradecer ao time pela recuperação desde sexta-feira. Apesar do safety car, conseguimos manter o ritmo e vencer. Essa vitória também é para a equipe - encerrou.

Fonte: oglobo.globo.com

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OPINIÃO BLOG SENNA VIVE

Os tempos são outros, é cada vez mais fácil quebrar recordes de pilotos antigos na Fórmula 1, isso desde o começo dos anos 2000. A tecnologia a partir da época do domínio da Ferrari com Schumacher (2000 a 2006), representa mais de 85% do desempenho de um piloto nas pistas. Não é mais como antigamente onde o piloto era mais importante do que a maquina, e ganhava tudo "no braço" como Ayrton. Quem não se lembra do ex-piloto, sete vezes campeão mundial, Michael Schumacher pulverizando todos os recordes de pilotos antigos no fim dos anos 90 até 2006? Sem competidores a altura na pista e com o melhor carro, quebrou facilmente todos os recordes. Chegar as 41 vitórias, como chegou Ayrton Senna, 65 poles positions, e 3 títulos mundias, isso correndo nos anos 80 até 1994, foi extremamente difícil ( igualmente para os pilotos dos anos 50, 60 e 70). O nível de competição era muito alto, hoje a competição entre os pilotos é quase inexistente. A fórmula 1 perdeu a graça. Além disso perdeu há 21 anos seu “Showmen”, Senna, que conseguia arrancar vitórias até mesmo com carro bem inferior aos rivais.  Atualmente isso não existe mais na fórmula 1. O melhor carro vence e ponto final, seja quem tiver o guiando.

Ayrton Senna conseguiria muito mais números dentro da Fórmula 1, caso sua carreira não fosse interrompida no auge. Quebraria muitos recordes. Para vocês terem uma ideia, Senna obteve 65 pole positions em seus 10 anos de carreira, Schumacher, com 20 anos de carreira, chegou a marca de 68 pole positions, apenas 3 poles a mais que Ayrton.  

Nos tempos de Senna o nível de competição era muito alto, seus principais rivais foram verdadeiros gênios do automobilismo. Por competir com tantos gênios, e ainda assim se destacar, Senna é considerado até hoje o melhor piloto de todos os tempos
Foto: Senna, Prost, Mansell e Piquet na Temporada de 1986

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Fãs comentam nas redes sociais (facebook) a quebra de recorde das 41 vitórias de Ayrton Senna por Sebastian Vettel (26 de julho de 2015)

Juliano Nunes Vettel chegou hoje ao mesmo número de vitórias do M1TO [Ayrton Senna], mas os números, sozinhos, dizem algum coisa? Foi uma vitória inesperada e, com 41 primeiros lugares, Senna já tinha provado que era o melhor de todos os tempos. Até dirigir com apenas uma marcha e fazer a melhor volta de todos os tempos ele já tinha feito. Amo a Formula 1, mas hoje em dia, qualquer moleque chega aos números dos monstros de outros tempos.

Danilo Silva Verdade... Senna brigava com Piquet, Prost, Manssel, Schumacher...

Juliano Nunes Vetel ainda não mostrou ser bom piloto sem uma boa máquina. Senna tirava de onde não tinha.

Guilherme Reis Concordo plenamente com vocês...

Clóvis Oliveira Braga Nos anos 70, 80 e até metade nos anos 90 a Fórmula 1 era uma guerra e chegar a 41 vitórias na categoria era coisa de gente grande, tinha que ter braço. Hoje são apenas moleques brincando de Xbox [vídeo game]!!!

Lininha Araf Completando a lista do Danilo: contra Lauda, Keke Rosberg, Alboreto etc.. Para mim o importante nao eh quantidade e sim qualidade.Ate porque Ayrton teria aumentado seus recordes senao tivesse partido ainda tao novo. Senna tirava leite de pedra competindo contra grandes rivais, numa epoca com menos tecnologia e seguran¢a.

Juliano Nunes Hoje os fedelhos treinam em vídeo game. Era preciso conhecer cada detalhe da pista in loco para correr. Vettel igualou esse número de Senna, mas, para mim não passa de um moleque que só corre com carro bom, tal qual Schumacker que só foi multicampeão porque teve dois protetores: Barrichello e Massa.

Wagner Gonçalves da Silva Levem em conta que fou preciso 21 anos e quantos tentaram...nem mesmo O Shumi com SETE mundiais...Vetem tem que ter carro pronto, largar na ponta para chegar a esse numero...como muitos falatam sem a QUALIDADE do nosso sempre para sempre AYRTON SENNA DA SILVA

Paulo Marques Senna foi,é único,....
Arrepiava ver ao vivo...

Eduardo Chain Perfeita definição! É o que sinto também. Acompanho por teimosia, mas não vibro. Aliás, nem eles....

Danilo Silva Vdd Lininha Araf , kk tinha essas outras feras ainda pro Mito desbancar

Marcelo Callegaro Que a tecnologia de hj até minha avó.

Nelson Mesquita incomparável.......


FONTE PESQUISADA

Vettel: ‘Igualar a marca de Senna é incrível’. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/esportes/vettel-igualar-marca-de-senna-incrivel-16969355>. Acesso em: 27 de julho 2015.