sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Os 163 grandes prêmios de Ayrton Senna


1 – GP do Brasil: Rio de Janeiro, 25 de Março de 1984


    “São seis horas. O Intercontinental Hotel lhe deseja um bom dia. A temperatura é de 26 graus e a previsão é de tempo bom e dia ensolarado.”
    Ayrton já estava acordado desde as 5 horas. Mesmo assim, respondeu a gravação da mensagem de bom-dia e pulou da cama. Chegara, enfim, o dia da estréia na Fórmula 1. E logo no Brasil, no autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, circuito onde ele nunca havia competido.
    Bom, já que estava ali, melhor tentar fazer o máximo. E era o máximo que ele vinha tentando, e conseguindo, há 16 anos, desde que havia começado a competir de Kart.
    Os adversários da estréia na F1 não eram muito diferentes daqueles que Beco – apelido familiar – enfrentou ao estrear no Campeonato Paulista de Kart, aos 10 anos, em 1971. Também eram maiores e mais experientes. Seus nomes: Niki Lauda e Alain Prost (McLaren-TAG), Keke Rosberg (Williams-Honda), Nelson Piquet (Brabham-BMW) e Nigel Mansell (Lotus-Renault).
     Senna já tinha visto todos eles em ação. Muitas vezes, as corridas da Fórmula Ford e Fórmula 3 antecederam os GPs da Inglaterra. Viu Niki Lauda, chamado de piloto-computador por sua regularidade, ser bicampeão do mundo – seria tri naquela temporada. Alain Prost já era um vencedor, tinha conseguido várias vitórias, primeiro com Renault-turbo e depois com McLaren, e era apontado como o melhor francês da história da Fórmula 1. Nelson Piquet, bicampeão de 1981 e 1983, era ídolo brasileiro substituto de Emerson Fittipaldi nos pódios e no orgulho nacional. Keke Rosberg, famoso pelo arrojo, também tinha sido campeão do mundo, com um Williams-Ford, em 1982. Nigel Mansell, lutador, destemido e chamado de Leão por seus conterrâneos pela garra com que corria, era a grande esperança inglesa de ganhar o títutlo que não viam desde que James Hunt lareou-se com a McLaren M23 em 1976.
     Foi contra essas feras, todos candidatos ao título de 1984, que Ayrton estreou na Fórmula 1. A classificação não foi muito promissora. Ele esperava mais do que o 16º lugar, mas o motor Hart de seu Toleman estava longe da potência dos motores Porshe-TAG, Honda, Renault, BMW e Ferrari. Além disso, a vibração na suspensão dianteira do Toleman, nas voltas da tomada de tempo, não permitiu mais do que a oitava fila no grid.
     Senna largou bem, ganhou três posições na primeira volta, chegou a ser novo colocado, mas o turbo do motor Hart quebrou na oitava volta. O dia no Rio de Janeiro Realmente foi lindo e ensolarado, mas não para a estréia de Senna, e sim para Alain Prost, que venceu o GP do Brasil pela segunda vez consecutiva.




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