sábado, 19 de janeiro de 2013

A última vitória de Senna



Adelaida, 7 de novembro de 1993. Havia um clima de nostalgia no austero boxe da McLaren naquele último grande prêmio da temporada. Mas só Jo Ramirez, coordenador técnico da escuderia, viu as lágrimas nos olhos de Ayrton Senna, na formação do grid do GP da Austrália de 1993, o da última largada do brasileiro pelo time inglês.
“O Jo é um chantagista”, acusou Senna, ao me revelar os apelos feitos pelo mexicano, minutos antes da luz verde.
Ramirez murmurou no ouvido de Senna que toda a equipe era grata pelo que o piloto já havia feito pela escuderia, desde 1988. Era tricampeão e foi quem mais deu vitórias à McLaren; foram 34 em seis temporadas.
“Mas aquele 35º triunfo seria muito especial”, salientou Jo. Não apenas pela despedida de Senna da escuderia – ele já tinha assinado com a Williams –, mas se vencesse a corrida a McLaren somaria 104 vitórias, superando a Ferrari pela primeira vez na F-1, com 103 até ali. “Você será um herói”, previu o mexicano, torcendo pelo
sucesso do seu piloto, naquele grande prêmio muito especial.
Foram necessárias três largadas para a corrida iniciar. As duas abortadas mexeu com Senna, temeroso pela reação da bateria, porque, em velocidade baixa, como na volta de apresentação, a bateria consome muita energia e o motor pode apagar.
Outro cuidado de Senna na partida foi ficar com um olho em Alain Prost, ao seu lado na primeira fila, e outro no retrovisor, atento aos movimentos de Damon Hill, que largaria logo atrás dele, com o segundo Williams-Renault.
“Afinal, aquela foi a minha única pole position do ano, e eu não queria desperdiçá-la”, comentou Senna no depoimento que me ditou depois da prova.
Visto de perto, oculto pelo macacão grosso e colorido, sob o capacete amarelo e a máscara incombustível, Ayrton Senna me parecia de outra galáxia. Dentro da máquina, que transformava numa ferramenta mágica, ele só se satisfazia quando atingia o limite total.
Era assim que Ayrton Senna partia para a pole position. Unia a sensibilidade de gênio com a frieza mecânica, sincronizando o pulsar do coração com os 15 mil giros do motor, para domar o bólido de mil cavalos e ganhar a posição de honra do grid. Um privilégio técnico que ele transformou quase em hábito e conquistou 65vezes. Quando teve carro, emplacar a pole position foi mera rotina, e derrotá-lo virou troféu para os adversários.
Certa vez, Senna me confessou que o medo de largar espremido no meio do pelotão, despertou-lhe a obsessão do primeiro posto no grid e, muita vez, foi além do que julgava ser o seu limite para conquistá-lo.
Ayrton, como de hábito, saiu bem naquela última largada da temporada de 1993. Partiu na frente e rumou para seu último show nas ruas de Adelaide. Só deixou a liderança quando parou para trocar os pneus na 23a das 79 voltas da prova. Retomou a ponta na 29a e cruzou a bandeirada rumando para um pódio único e histórico. Com ele subiu Alain Prost, o tetracampeão, que se aposentava naquela corrida, e Damon Hill, um futuro campeão. Ayrton Senna da Silva consagrava, depois de 158 grandes prêmios disputados até ali, a sua 41a vitória. Uma façanha que o mundo nunca mais testemunharia.

Ayrton Senna O Rei dos Karts

Ayrton Senna em Le Mans 1978

O primeiro teste do “Quick man”

lemyrmartins.com.br

Neste, como nos demais 1º de maio, é impossível esquecer a partida de Ayrton Senna, no fatídico GP de San Marino de 1994. Lembro que na sexta-feira, bem antes dos treinos livres, ele me disse “temos que conversar”, exibindo a revista Playboy, na qual estava publicada uma entrevista que eu havia feito com ele, dois meses antes.

O papo ficou por aí, porque naquele mesmo instante Ralph Firman, dono da Van Diemen, veio cumprimentá-lo, e o Ayrton deu toda a atenção ao seu primeiro patrão no automobilismo europeu.

Contei a passagem ao Chico Serra, piloto de quem Senna fazia questão de dizer sempre que fora o único cara que lhe ajudou no início da carreira, na Inglaterra. Chico, então, me contou a curiosa história do primeiro contato da carreira de Ayrton com uma escuderia, na qual ele serviu de interprete e cujo relato reproduzo aqui, numa homenagem a ambos:

“Para falar do Ayrton Senna — inicia Chico Serra –, eu tenho de voltar ao tempo do kart e depois chegar a um jantar inesquecível na Inglaterra.

Quando o Ayrton começou no Juniors, a primeira categoria do kart, eu já era PC, piloto de competição, mas a passagem dele foi bem marcante para mim. Ele tinha um estilo diferente de guiar. Hoje admito que eu não aceitei o Ayrton muito bem. Eu era a vedete do kart na época e ele despontava como a nova estrela. Estávamos em categorias diferentes, mas de cara já pintou rivalidade entre nós. Meio de graça, mas aconteceu. Acho que eu via o meu trono ameaçado por aquele cara que pilotava o kart de lado em freadas e que conseguia guiar só com a mão esquerda. Na freada ele atravessava o kart e saía da curva com o motor com mais força.

Hoje o kart está mudado, os pilotos se limitam a guiar. Os mecânicos da fábrica é que fazem tudo. O moleque tem pouca participação na mecânica. Na minha época a gente metia a mão na graxa e partia para a Fórmula Ford sem traumas. O Ayrton era daquela escola e por isso eu tinha a certeza de que ele se daria muito bem quando chegasse aos Fórmulas.

Em 1977 eu estava feliz da vida. Tinha cortado as sete cabeças do bicho que diziam ser a Fórmula Ford inglesa, e ganhado um título que Emerson Fittipaldi conquistara dez anos antes. Fui campeão com recordes de voltas, de circuitos e com vitórias. Portanto, dono do trono inglês da Fórmula Ford e credenciado para indicar meu sucessor.

Por isso quando Ralph Firman, dono da Van Diemen e meu ex-patrão, perguntou-me se eu recomendaria alguém, não hesitei e, mesmo sem ter consultado o Ayrton, garanti que havia um piloto em condições de, no mínimo, repetir a nossa temporada.

— E quem é essa fera ? — perguntou o Ralph.

— É um brasileiro que corre de kart.

Depois daquela recomendação, cada vez que o Ralph me encontrava me perguntava pelo “quick man”, como ele passou a chamar o Ayrton.

Em 1979, quando ganhei o campeonato de Fórmula 3 para a equipe de Ron Dennis, Ayrton Senna estava em Silverstone assistindo à prova. Eu falei para ele do interesse da Van Diemen, mas transferimos o papo para o Brasil.

— Vai lá e experimenta a porra do caro — insisti. Se gostar gostou, se não pelo menos você tira o tesão.

Ayrton não queria admitir, mas o pai não fazia muito gosto naquela aventura. Passou algum tempo e um belo dia o Ayrton me telefonou. Estava indo para a Inglaterra e pedia que eu mediasse o seu encontro com a Van Diemen.

Liguei para o Ralph Firman e avisei que o quick man estava a caminho. Assim que Ayrton chegou, nós viajamos para Norwich, onde fica a sede da Van Diemen, já com um jantar marcado. Como o Ayrton ainda não falava bem o inglês, servi de intérprete.

Eu estava feliz com a decisão do Ayrton de competir na Europa, mas, na verdade, minha preocupação maior era ajudar Raph Firman. Fizemos uma amizade muito forte quando fui seu piloto e achei que lhe apresentar o Ayrton era uma forma de retribuir a atenção. Afinal, eu tinha a certeza de que ele iria ganhar corrida pra cacete. O que nunca imaginei foi traduzir um diálogo maluco como aquele entre os dois.

Primeiro falou o Ralph:

— O contrato entre a fábrica e os pilotos é mais ou menos padrão. Nós assinamos um contrato pelo qual você disputa o campeonato inglês, que é de 20 corridas, tem direito a 15 treinos, e você paga tanto por esse acordo.

O Ayrton olhou para ele e me disse:

— Diga que eu quero mais corridas.

E eu disse ao Ralf:

— Ele quer fazer mais corridas.

— Tá bom então faremos 30 — respondeu Firman.

— Agora diga a ele que eu quero fazer 35 treinos — insistiu Ayrton.

Ralph fazia sinal de ok, mas avisou que o preço então subiria para mais tanto.

— Não — rebateu Ayrton. — Traduz para ele que eu quero pagar o pacote normal, que é o dinheiro que tenho.

O Ayrton ia pedindo, pedindo, eu traduzia, mas já estava a fim de sumir embaixo da mesa de vergonha quando o Ralph olhou bem nos olhos do Ayrton, largou a tigela de sobremesa, virou-se para mim e, pouco britânico, perguntou:

— Porra, Chico! Quem ele pensa que é?

Eu, que já estava louco pra rir, falei:

— É o quick man.

Eles acabaram se acertando e eu fiquei feliz. Mas até hoje me lembro daquele encontro com detalhes e ainda dou boas gargalhadas. Como eu previ, o Ayrton fez aquele sucesso. Pulverizou todos os recordes. Bateu a minha marca e a do Jackie Stewart, antigo deus da Fórmula Ford.
Depois daquele acerto, a gente ficou mais amigos, respirávamos automobilismo em tempo integral. Houve época em que o Ayrton passou temporadas na nossa casa em Reading, perto de Londres.

Quando ele foi para a Fórmula 3, me convidou para ir ver o novo carro na oficina do Dick Bennetts, seu novo chefe de equipe. A barata estava pronta e ele, mesmo dissimulando, estava faceiro. Tinham acabado de colocar o adesivo ‘Ayrton da Silva’ no cockpit.

Achei o carro lindo, mas assim mesmo arrisquei um palpite:

— O ‘da Silva’ não vai dar certo.

Ayrton surpreendeu-se e eu fui em frente:

— Não consigo imaginar um campeão do mundo chamado da Silva.

— Campeão do mundo?

O Ayrton engoliu em seco e repetiu pra si mesmo:

— Campeão do mundo…

Eu insisti:

— Use ‘Senna’. É menos comum e mais sonoro.

E dali em diante ficou Senna. Demorou um pouco para ser assimilado, afinal o ‘da Silva’ já era conhecido. Depois eu tremi, ao lembrar que o Miltão, o pai do Ayrton, podia não gostar da história se soubesse que fui eu quem tinha sugerido a troca.

Em 1982, eu já competia na Fórmula 1 pela Ligier e voltei a Norwich para jantar com o Ralph Firman. Então fiz questão de lembrar o primeiro encontro dele com o Ayrton naquele mesmo pequeno restaurante. Na despedida, Ralph bateu no meu ombro e murmurou no meu ouvido:
— Você conhece um outro quick man, Chico?”

Francisco “Chico” Serra
Piloto de F1, com 18 Gps
Campeão de Kart brasileiro
Campeão de Stock Cars


FONTE PESQUISADA

MARTINS, Lemyr. O primeiro teste do “Quick man”. Disponível em: <lemyrmartins.com.br>. Acesso em: 19 de janeiro 2013.







Depoimento de Lemyr Martins Sobre Morte Ayrton Senna




GP de San Marino 1994, a corrida fatídica
Nunca houve um pódio tão triste como o do GP de San Marino daquele 1o de maio de 1994. Os acordes marciais do hino alemão soava como a marcha fúnebre. Michael Schumacher, Nicola Larini e Mika Hakkinen, os vencedores, estavam cabisbaixos, não sabiam onde por as mãos. Não houve champanhe e o alarido normal do burlesco Autódromo de Ímola entrou um pesado silêncio. Eu fotografava mecanicamente desde que foi dada a segunda largada após o desastre de Ayrton Senna na traiçoeira curva Tamburello. A cada volta daquela segunda corrida eu esperava pela passagem do Williams de Senna, num recurso inconsciente de negar a morte que só dependia do comunicado oficial.
De repente lembrei do dia anterior, quando Ayrton saía do treiler da Williams para os treinos, me viu, fez um sinal amistoso e disse: “Preciso falar com você, depois”
Curioso, o fotógrafo Alex Ruffo ao meu lado achou que o assunto tinha algo a ver com a reportagem que eu fiz para Playboy, na qual Senna abrira muito da sua intimidade. Não era. Já havíamos comentado a matéria, mas também fiquei curioso.
Não falamos naquele sábado. A morte de de Roland Ratzemberg nos treinos transtornou Senna. Ele foi até o local do acidente, na curva Villeneuve, examinou as marcas deixadas pelo Sintek-Ford do piloto austríaco e deixou claro a sua desaprovação ao circuito. Os cartolas não gostaram da sua atitude e o advertiram ameaçando com punições. Contrariado, Senna cumpriu o ritual da entrevista coletiva obrigatória do pole position e deixou o Autódromo Enzo e Dino Ferrari em silêncio
No centro de imprensa, depois da corrida, 213 jornalistas enviavam, nos intervalos da redação de epitáfios de Ayrton Senna, detalhes sobre a vitória de Michael Schumacher. Eu recebi os mais estranhos gestos de solidariedade. Alguns rep0teres, que me conheciam da Fórmula 1 há 25 anos, na falta de melhor recurso, me davam pêsames antecipados, dissimulando o motivo da abordagem. Como sabiam que eu acompanhei a carreira de Senna desde o kart me pediam solenes, fatos exclusivos da vida do piloto.
Recebi ofertas à queima roupa para free lancers, depoimento especial de vários jornais, TV e o convite, bem remunerado, de uma revista japonesa, para gravar minhas memórias sobre a carreira de Ayrton Senna. Era impossível. Eu vivia a experiência difícil do luto pessoal e da utilidade pública, sem conseguir controlar a emoção da perda do piloto nem manter a frieza da função de repórter.
Ás 17,45 h, de Ímola, veio o anúncio oficial do Hospital de Bolonha: Ayrton Senna da Silva tinha morrido. A sala de imprensa ficou mais nervosa, o caminho entre circuito e o hospital virou procissão, e eu desejei estar cobrindo um torneio de bridge.
Dois dias depois, na estrada de Bolonha-Milão, o Ruffo não se conteve e me perguntou sobre o assunto que “Ele” queria falar comigo.
Ai me lembrei da voz de barítono do signore Montanha, o decano e protocolar capo de stampa de Monza. Ele apertou o meu braço na escadaria principal de Ímola e disse despedindo-se num tom clérigo de pregador: “Lamente mas não chore a partida do Ayrton. Ele tinha provado tudo, não havia mais nada a fazer por aqui”.
- Não -, respondi ao Ruffo. E só agora me dei conta que repeti as palavras do Montanha: “Ele não tinha mais nada a fazer por aqui”. (LM)

Ayrton Senna, o imortal tricampeão




Desde 1994 que o 1º de maio não é o mesmo no Brasil. A data passou ao calendário nacional como o dia em que o país perdeu o seu ídolo maior, Ayrton Senna.  Eu, que fui testemunha da tragédia de Imola, prefiro lembrar o Senna piloto, transcrevendo parte da entrevista feita dias antes dele ganhar o tricampeontao no GP do Japão, em 1991:
                                      0-0-
  Ayrton Senna era um perfeccionista. Desde a maneira como passava manteiga no pão até no ofício de piloto. Espalhava uma camada do creme igualzinha em toda a superfície como se estivesse decorando o pão.. Depois, cortava a fatia em pedaços simétricos e ia comendo os nacos como num ritual. Parece exagero, mas ele tentava fazer tudo perfeito, do pão à bandeirada de chegada. Ele dava para cada tarefa um sentido específico, desde a mais trivial até aquela que envolvia risco à vida.
  Só tomava um remédio depois de conferir a bula e de se certificar de que a posologia indicada batia com a recomendação do médico. A roupa do Ayrton – e ele lavava — só ia para a máquina depois de ele conhecer o tempo indicado para aquele tipo de tecido, a quantidade adequada de sabão, o tempo de centrifugar, enxaguar e Depois pendurava tudo direitinho, para não amassar.
Dai o perfeccionismo com seus carros tornou-o um piloto 24 horas por dia. Era atento a tudo o que se fazia nos seus protótipos. Exigia explicações para cada detalhe,  inovador nos carros, revia por horas seguidas os vídeos dos grandes prêmios e jamais se contentava com os resultados obtidos.
 Tinha fixação pela pole position. Ele dizia: “A pole é o primeiro prêmio numa corrida e sempre luto por este prêmio”. E realmente lutava para ser o primeiro do grid, tanto que quando teve carro para buscar a pole position – conquistou 65 –, a façanha foi mera rotina para ele, mas derrotá-lo virou troféu para os adversários da época.
Tinha preocupação até com o sucesso. Na Fórmula 2000, na qual foi campeão recordista em 1982, teve um início espetacular de seis poles position, seis vitórias e seis recordes de voltas seguidos, mas trouxe-lhe uma estranha preocupação: “Eu preciso me preparar para a derrota”, me confidenciou apreensivo em condicionar o ego.
 A decepção veio numa corrida pelo Europeu da F-2000, de 1982, em Zolder, Bélgica, Como de hábito, foi pole-position, mas o motor do Van Diemen explodiu na terceira volta. Foi a primeira derrota, naquela categoria, mas ele estava preparado.
Esta foi uma de suas anotações feitas na agenda-diário de capa marrom que ele registrou o início da carreira na Europa. Foi nesse diário que ele reproduziu e guardou a ficha com os resultados de seu primeiro teste na Fórmula 1 com o Wiliams FW-08C, anotados de próprio punho por Frank Williams.
Também me lembro de outras anotações do diário que revelavam facetas fortes do caráter do piloto:
Sobre o amor, escreveu: “É um sentimento que sempre gritou alto no meu peito desde criança e continua forte como sempre”.
Paz: “A paz vem do caráter, da personalidade. A partir do momento em que você é integralmente res­ponsável pelos seus atos passa a fortalecer uma situ­ação de equilíbrio e paz. Depois depende da sua for­ma de administrar o seu crescimento”.
Deus: “Eles está vivo para todo mundo. Para todos que quiserem vê-lo. Para uns mais próximo, para outros mais distante. É uma questão de procurar e de querer”.
Emoção: “Vocês nunca saberão como um piloto se sente quando vence. O capacete oculta sentimentos incompreensíveis”.
Vitória: “É irreal pensar que vou vencer sempre, mas sempre espero que a derrota não chegue nesse fim de semana”.
Competição: “Em condições normais corro para ven­cer e venço. Em condições adversas também posso vencer. E mesmo em condições muito desfavoráveis ainda sou páreo”.
Tensão: “Adrenalina é o meu combustível”.
Limite: “Se você quer ser bem-sucedido precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”.
Risco: “Procuro manter um equilíbrio entre a reali­dade e o fascínio que o risco desperta em mim”.
 Objetivos: “É engraçado. Quando acho que cheguei ao ponto máximo descubro que é possível superá-lo”.
 Autocontrole:  “Em situações difíceis eu me su­pero”.
  Sucesso: “Trabalhei muito para chegar ao sucesso, mas não conseguiria nada se Deus não me ajudasse”.

Na verdade, Ayrton estava preparado para tudo o que envolvia a sua carreira de piloto. Sabia que o Toleman, carro da estreia na F-1, não era um monoposto de ponta, mas encarou-o como a sua primeira vitrine.

Na Lotus tirou toda a vantagem dos potentes motores Renault e Honda podiam oferecer. Marcou 16 poles position de 1985/87 e venceu seis grandes prêmios, na senda que traçou para chegar a uma equipe que lhe desse condições de ser campeão mundial.

A grande chance chegou com a McLaren em 1988, uma temporada em que Ayrton Senna mostrou toda sua obsessão e audácia, não só em conseguir o seu primeiro título, do tricampeonato, mas ao enfrentar o estupendo Alain Prost, então bicampeão, dentro da trincheira da McLaren. Foi um duelo de gigantes. Tecnicamente magnífico dentro da pista e cheio de farpas políticas fora dela. Um duelo do qual Senna me confidenciou uma curiosa malandragem que ele curtia para irritar o francês:

Na primeira vitória de Ayrton na McLaren, no GP de San Marino em 1988, foi numa dobradinha com Alain Prost. No pódio ele acertou, por acaso, o olho do francês com champanhe. A coincidência virou mania, por que Alain ficava com o olho irritado e vermelho e Senna passou a mirar os olhos do francês sempre que subiam juntos ao pódio. Mas só acertou uma outra vez, no GP do Japão de 1988, quando foi campeão.

  Ayrton tampouco primou pela gentileza com alguns adversários na sua década de F-1. Teve atritos com Nigel Mansell, num GP da Bélgica, e trocou tapas com Michael Schumacher num teste de pneus em Nurburgring em 1992 e com Eddie Irvine na classificação do GP do Japão de 1993. 

 Outra caraterística de Senna era o cuidado nas entrevistas aos jornalistas. Normalmente apelava para um breve silêncio antes das respostas e, não raro, fazia um comentário paralelo sobre outro assunto para  arrumar o raciocínio que lhe convinha, antes de ir à réplica.
Também era discreto nas coisas do coração, Sempre manteve seus casos amorosos longe do público. “O piloto – dizia ele — e o empresário são públicos, mas o homem tem direito à privacidade”.
Orar, antes da corrida, era outro dos hábitos de Senna. Ele fazia uma prece íntima, mas insistia em que jamais rezou por vitórias. Porém, na sua fé fervorosa confessou que viu a imagem de Deus no céu de Suzuka, após cruzar vitorioso a bandeirada que lhe deu o  título de  1988, no GP do Japão. 
Esta é parte do Ayrton Senna que conheci no kart, acompanhei nas Fórmulas Ford, F- 2000 e F-3 e persegui na Fórmula 1. Um piloto que ganhou uma estrela na Constelação de Auriga e tornou-se o ídolo maior dos brasileiros. Principalmente pelo hábito patriótico de empunhar a bandeira brasileira na volta de comemoração de suas vitórias. A FIA, que detesta qualquer variação no roteiro do espetáculo da F-1, proibiu a festa do brasileiro e estipulou uma multa de 5000 dólares se ele desrespeitasse o veto. Senna absteve-se do ritual nas últimas 13, das 41 vitórias. Mas o que poucos ficaram sabendo é que entre seus pertences, entregues à escuderia Williams após o acidente fatal do brasileiro em Ímola, em 1º de maio de 1994, havia uma pequena bandeira da Áustria, retirada do bolso direito do macacão do piloto. Uma flâmula com a qual ele pretendia homenagear Roland Ratzemberg, o austríaco morto nos treinos daquela fatídica corrida.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Frases Ayrton Senna


"Creio que nossa verdadeira personalidade vem à tona quando passamos pelos momentos mais difíceis. É quando ficamos mais fortes."

“Para ser honesto, não me sinto o maior ídolo brasileiro. Não me sinto uma pessoa tão importante assim para merecer uma festa durante uma noite toda no Brasil.” [Ao sagrar-se tricampeão]


”O dia que chegar, chegou. Pode ser hoje ou daqui a 50 anos. A única coisa certa e que ela vai chegar.”


"A verdade é que todo mundo vai te machucar,você só tem que escolher por quem vale a pena sofrer."


”Um dia a tristeza vai embora... Aprendemos a sorrir novamente... Fazemos novas amizades... E vemos que todo aquele sofrimento do passado, não valeu tanto a pena... Pois se a vida fez as coisas andarem dessa forma... Foi porque não era pra ser... Pois se era pra ser o que pensávamos que era, não teríamos tomado rumos diferentes... Teríamos continuado caminhando na mesma direção.”


"O fato de ser brasileiro só me enche de orgulho."


"Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo."


”Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno.”



[Morte]
“Acidentes são inesperados e indesejados, mas fazem parte da vida. No momento em que você se senta num carro de corrida e está competindo para vencer, o segundo ou o terceiro lugar não satisfazem. Ou você se compromete com o objetivo da vitória ou não. Isso que dizer: ou você corre ou não.”

“Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está loco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele.”

“Eu sou feliz. Serei plenamente feliz, talvez, se chegar com sabedoria aos 60 anos. De qualquer forma, ainda tenho muita vida pela frente.”

“Meu maior erro? Acho que ainda está para acontecer.”

“Mulheres - com elas uma encrenca, mas sem elas não se pode viver.”

“Não sei dirigir de outra maneira que não seja arriscada. Quando tiver de ultrapassar vou ultrapassar mesmo. Cada piloto tem o seu limite. O meu é um pouco acima do dos outros.”

“Nunca precisei mostrar que em determinado GP eu estava com uma loira de olhos azuis ou em outro GP com uma morenaça. Quando aconteceu, foi uma coisa natural e nunca para mostrar aos outros que eu sou garanhão e tenho dezenas de mulheres. Se eu tive uma dezena de mulheres, foi para mim mesmo.”

“O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.”

“O medo me fascina.”

“Vencer é o que importa. O resto é a conseqüência.”

“Vocês nunca conseguirão saber como um piloto se sente quando vence uma prova. O capacete oculta sentimentos incompreensíveis.”

"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."

“No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”

“Deus é Grande Deus é forte quando ele quer não tem quem não queira.”

“Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.”

“Eu penso muito sobre tudo, não posso evitar, vou de uma idéia para outra. E todos esses planos viram um sonho, que vejo crescer, progredir, vejo pessoas felizes através deles. Principalmente crianças.”

“Por que ele é maior do que todos!”

“O segundo nada mais é que o primeiro dos perdedores.”

"Ou você se compromete com objetivo da vitória, ou não."

"Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar."

“O importante é ganhar. Tudo e sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura demagogia.”

“O fato de ser brasileiro só me enche de orgulho!”

“Ele (Deus) é o dono de tudo. Devo a Ele a oportunidade que tive de chegar onde cheguei. Muitas pessoas têm essa capacidade, mas não têm a oportunidade. Ele a deu prá mim, não sei porque. Só sei que não posso desperdiçá-la.”

“Existem durante nossa vida, sempre dois caminhos a seguir : aquele que todo mundo segue,e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser mais seguro,o mais confiável, o menos critíco, o que você encontrará mais amigos … mas, você será apenas mais um a caminhar. O segundo, com certeza vai ser o mais difícil, mais solitário, o que você terá maiores críticas; mas também, o mais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.”

“Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência.”

“Sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.”

"Quantas vezes não acordei no meio da noite num hotel qualquer do mundo e vi o teto do quarto se transformar numa grande tela repassando a minha vida. Lembranças que misturavam cenas de festa nos pódios com o pavor de uma batida no muro a 300 quilômetros por hora, intercalando ondas de prazer e dor." Ayrton Senna em Maio de 1993

"O diabo, que é príncipe do mundo, consegue nos roubar horas felizes. Mas Deus é o Rei." 


 Trabalhei muito para chegar ao sucesso, mas não conseguiria nada se Deus não ajudasse. (Ayrton Senna)"











O Ritual de Ayrton Senna Antes das Corridas - Preparação Antes Grande Prêmio GP F1 - Fórmula 1

Naquelas semanas, Ayrton se aprofundou no método que Nuno Cobra batizara de ABC e no qual são fundamentais o sono, a alimentação e a atividade física, três prioridades que afastaram Senna definitivamente do estereótipo clássico dos pilotos da geração que o precedera na Fórmula 1: mulherengos entregues à noite, ao sexo, ao álcool e às orgias gastronômicas entre uma e outra corrida. Para Nuno Cobra, não adiantava nada o piloto, cada vez mais um atleta, fazer exercícios e depois cair na noite ou se alimentar mal.


Senna criou, sob orientação de Nuno, um ritual que seguiria com uma certa regularidade: antes de cada prova, ele se isolava por um certo tempo e, para diminuir a freqüência cardíaca, respirava aceleradamente, expelindo todo o ar dos pulmões. Depois, repetia o mesmo exercício mais relaxadamente. Pegava então o capacete e começava a limpar a viseira. Nuno aposta: "Nessa hora, ele não pensava em nada, apenas economizava energia.”


Piloto brasileiro durante o Fuji TV Japanese GP, no Japão (1991)
Foto: Norio Koike


Limpando Capacete na Estreia na F1 no GP do Brasil em 25 de Março de 1984
Foto: Reprodução



FONTE PESQUISADA

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.



Os 163 grandes prêmios de Ayrton Senna


1 – GP do Brasil: Rio de Janeiro, 25 de Março de 1984


    “São seis horas. O Intercontinental Hotel lhe deseja um bom dia. A temperatura é de 26 graus e a previsão é de tempo bom e dia ensolarado.”
    Ayrton já estava acordado desde as 5 horas. Mesmo assim, respondeu a gravação da mensagem de bom-dia e pulou da cama. Chegara, enfim, o dia da estréia na Fórmula 1. E logo no Brasil, no autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, circuito onde ele nunca havia competido.
    Bom, já que estava ali, melhor tentar fazer o máximo. E era o máximo que ele vinha tentando, e conseguindo, há 16 anos, desde que havia começado a competir de Kart.
    Os adversários da estréia na F1 não eram muito diferentes daqueles que Beco – apelido familiar – enfrentou ao estrear no Campeonato Paulista de Kart, aos 10 anos, em 1971. Também eram maiores e mais experientes. Seus nomes: Niki Lauda e Alain Prost (McLaren-TAG), Keke Rosberg (Williams-Honda), Nelson Piquet (Brabham-BMW) e Nigel Mansell (Lotus-Renault).
     Senna já tinha visto todos eles em ação. Muitas vezes, as corridas da Fórmula Ford e Fórmula 3 antecederam os GPs da Inglaterra. Viu Niki Lauda, chamado de piloto-computador por sua regularidade, ser bicampeão do mundo – seria tri naquela temporada. Alain Prost já era um vencedor, tinha conseguido várias vitórias, primeiro com Renault-turbo e depois com McLaren, e era apontado como o melhor francês da história da Fórmula 1. Nelson Piquet, bicampeão de 1981 e 1983, era ídolo brasileiro substituto de Emerson Fittipaldi nos pódios e no orgulho nacional. Keke Rosberg, famoso pelo arrojo, também tinha sido campeão do mundo, com um Williams-Ford, em 1982. Nigel Mansell, lutador, destemido e chamado de Leão por seus conterrâneos pela garra com que corria, era a grande esperança inglesa de ganhar o títutlo que não viam desde que James Hunt lareou-se com a McLaren M23 em 1976.
     Foi contra essas feras, todos candidatos ao título de 1984, que Ayrton estreou na Fórmula 1. A classificação não foi muito promissora. Ele esperava mais do que o 16º lugar, mas o motor Hart de seu Toleman estava longe da potência dos motores Porshe-TAG, Honda, Renault, BMW e Ferrari. Além disso, a vibração na suspensão dianteira do Toleman, nas voltas da tomada de tempo, não permitiu mais do que a oitava fila no grid.
     Senna largou bem, ganhou três posições na primeira volta, chegou a ser novo colocado, mas o turbo do motor Hart quebrou na oitava volta. O dia no Rio de Janeiro Realmente foi lindo e ensolarado, mas não para a estréia de Senna, e sim para Alain Prost, que venceu o GP do Brasil pela segunda vez consecutiva.




O Duelo da Pole Entre Ayrton Senna e Nelson Piquet

Senna e Piquet fizeram dobradinha no GP Brasil 1986, Piquet chegou em 1º e Senna em 2º

Naquele fim de semana do GP da Europa 1985, em Brands Hatch, o tempo a ser batido nos treinos era o da Brabham-BMW de Piquet, pole provisório, com 1m09s204. Antes, a Lotus preta e dourada, aquele reluzente capacete amarelo-limão e o som abafado em baixa rotação do motor Renault Turbo chamaram a atenção de todos por completar duas voltas em baixa velocidade. Nas palavras de Hilton, um predador a segundos do ataque mortal.

Ayrton abriu a volta e o som das explosões violentas do turbo a cada troca de marcha encheu o autódromo de expectativa. Ao cruzar a linha, Senna tinha destruído os tempos de Piquet e Rosberg em mais de um segundo: 1m08s020. E achou pouco porque, disse mais tarde, o carro tinha saído um pouco de frente. A concorrência também tinha mais o que tirar dos carros. Mansell e Rosberg, os dois pilotos da Williams, no entanto, nem puderam comemorar a chegada à casa do 1m08s. Ayrton foi para a pista logo depois e recolocou a diferença: 1m07s786.



Piquet e Senna no GP Brasil 1986

Quando todos se preparavam para celebrar mais um show de Senna, a surpresa: Piquet cravou 1m07s482, cruzando a linha a exatos 296 quilômetros por hora. E Brands Hatch, mais uma vez, prendeu a respiração para acompanhar o contra-ataque do predador. Em plena volta voadora, no descortinar de uma lombada, Senna deu de cara com a McLaren de Prost em volta de desaceleração. Não se permitiu o direito de levantar o pé nem por uma fração de segundo. Ultrapassou o futuro rival como uma bala.

Ao cruzar a linha, 1m07s169.


A corrida foi vencida por Nigel Mansell, com Senna em segundo. Mas o que ficou para a história foram aqueles 313 centésimos de segundo da pole. Que duram bem menos que o pronunciar da palavra genialidade.


Senna tem problemas no carro durante treino livre do GP de Portugal 1985, o primeiro GP Prêmio de F1 vencido por Senna


FONTE PESQUISADA

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.



Fotos GP da Europa 1985





quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Alain Prost: ‘A morte do Ayrton Senna foi o fim da minha história na Fórmula 1’


Francês relembra adversário: ‘Ninguém pode se referir a mim sem falar dele’
GLOBOESPORTE.COMMadri

30/03/10 - 13h23


No último dia 21, Ayrton Senna, se estivesse vivo, teria completado 50 anos. O francês Alain Prost, um de seus maiores adversários, não consegue esquecer a temporada de 1994, quando, no dia 1º de maio, o piloto brasileiro morreu durante o Grande Prêmio de San Marino. Em entrevista publicada nesta terça-feira no jornal “El Pais”, o francês disse que a batida no circuito de Ímola significou também o fim de sua própria história na principal categoria do automobilismo. 


- A morte do Ayrton Senna foi o fim da minha história na Fórmula 1 – disse. 

Prost contou que, apesar de serem adversários nas pistas, eles estavam mais próximos. Disse que, nos três meses antes do acidente, recebeu seguidos telefonemas de Senna.

- Nós tínhamos um vínculo. Ninguém pode falar de Ayrton sem me mencionar e ninguém pode se referir a mim sem falar dele – disse. 

Antes da corrida de Ímola, o brasileiro visitou Prost em uma das cabines de transmissão de TV. 

- Não era algo habitual. Todos os que estavam ali ficaram calados. Nesses momentos, um piloto só pensa em se concentrar. E ele chegou ali e sentou-se ao meu lado. O mais surpreendente é que ele não queria falar nada importante. Depois de comer, um pouco antes da largada, fui aos boxes da Williams e falei com ele por alguns minutos. Foi a última vez. 


Michael Schumacher Fala Sobre Acidente de Ayrton Senna

Michael Schumacher contou que, depois de saber do acidente, achou que o brasileiro se recuperaria em pouco tempo.

 
Ayrton Senna e Michael Schumacher 1994

- Pensei que o Ayrton poderia ter quebrado uma perna ou um braço, mas que ficaria bom. Foi só depois do pódio que o Pasquale (braço direito de Bernie Ecclestone) nos disse que ele estava em coma. Não podia imaginar que ele poderia morrer. Pensei que, no máximo, perderia umas duas corridas. Mas o pior veio mais tarde, em Mônaco, quando tive que aceitar que ele tinha morrido. Foi uma loucura – disse Schumacher, que nesta semana disputa o GP de Sepang, na Malásia.

Michael Schumacher (dir.) chora ao receber a notícia da morte de Ayrton Senna, GP de San Marino, Ímola 1994


FONTE PESQUISADA

GLOBO ESPORTE - Alain Prost: ‘A morte do Ayrton Senna foi o fim da minha história na Fórmula 1’. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Formula_1/0,,MUL1550806-15011,00-ALAIN+PROST+A+MORTE+DO+AYRTON+SENNA+FOI+O+FIM+DA+MINHA+HISTORIA+NA+FORMULA.html>. Acesso em: 30 de dezembro 2016.









Inglês Peter Warr, ex-chefe de Ayrton Senna na Lotus, morre aos 72 anos


Já aposentado, ex-dirigente da equipe sofre ataque cardíaco em sua casa


Por GLOBOESPORTE.COMLondres
05/10/2010 14h48 
                                                                            Peter Warr na Lotus em 1984
O inglês Peter Warr, ex-chefe da Lotus, Wolf e Fittipaldi, de 72 anos, morreu na segunda-feira após sofrer um ataque cardíaco. O dirigente assumiu a famosa equipe inglesa em 1982, após a morte do lendário dono Colin Chapman. Ele foi o principal responsável pela contratação de Ayrton Senna após a temporada de 1984, quando se destacou na Toleman. O brasileiro ficou na equipe até 1987.
Warr era um oficial da Guarda Real da Grã-Bretanha quando se aventurou no automobilismo. Aos 20 anos, em 1958, com apenas 20 anos, ele começou a trabalhar na fábrica da Lotus, na cidade de Hornsey. Ele chegou a participar de provas de turismo e da Fórmula Júnior. Chegou a vencer o GP do Japão de 1963 em um Lotus 23, um carro-esporte. Foi convidado por Chapman em outubro de 1969 para trabalhar e ajudar na administração da equipe de Fórmula 1.
Na década de 1970, ele comandou o departamento de projetos e ajudou a criar o Lotus 77, primeiro carro com efeito-solo da Fórmula 1. No fim do ano, acabou se mudando para Wolf e, mais tarde, passaria pela equipe Fittipaldi. Warr só retornaria à Lotus em 1981 e assumiu o comando da equipe no ano seguinte, após a morte do dono Colin Chapman.

                            Ayrton Senna e Peter Warr conversam nos boxes da Lotus na temporada de 1985
Warr fechou um contrato com a Renault para o fornecimento de motores em 1983 e contratou Ayrton Senna no fim de 1984, após o destaque do brasileiro na Toleman. O futuro tricampeão venceria sua primeira corrida pela equipe na segunda prova de 1985, no GP de Portugal. O inglês deixou a equipe em 1989, após um difícil início de ano. Mais tarde, ele trabalharia para a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e o Clube Britânico de Pilotos de Corridas (BRDC).
- Perdi um grande amigo, que foi chefe da Lotus quando Colin Chapman comandou a equipe. Mas a perda de Peter Warr, que morreu na segunda-feira de ataque cardíaco, será sentida pelas milhares de pessoas que o conheciam. Ele me ajudou a tornar a Fórmula 1 o que é hoje. Obrigado - diz Bernie Ecclestone, em comunicado publicado no site oficial da categoria.