sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Adriane Galisteu Visita Tumulo de Ayrton no Dia dos Finados

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Entrevista Adriane Galisteu Revista Manchete - 19/11/1994 - Dossiê da Saudade

Não foi bem no dia dos finados, como foi parentes e amigos de Ayrton, ainda triste pela humilhação que passou no enterro. Adriane espera 2 semanas para visita-lo. E concede uma entrevista bem sincera e comovente a revista manchete. Muito boa a entrevista.













Adriane Galisteu: Encontro marcado com a saudade 

No dia dos finados, milhares de fãs, amigos e parentes lotaram o cemitério do Morumbi, em São Paulo, para homenagear o piloto Ayrton Senna. Mas um rosto estava ausente: o de Adriane Galisteu. Para fugir do assédio da multidão e, sobretudo, da imprensa, a modelo esperou uma semana para, então, chorar a saudade de quem foi o seu grande amor. Um momento de dor e emoção, registrado pelas lentes da Manchete.

Foi um sonho que durou exatos 405 dias. Tudo começou no verão de 93. Quando Adriane Galisteu, 21 anos, a menina pobre, nascida e criada no bairro da Lapa, em São Paulo , trocou a rotina das fotos para as agências de publicidade pela vida agitada das viagens internacionais, jantares e recepções ao lado do jet set, na condição de namorada de Ayrton Senna, um dos melhores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos.

No dia primeiro de maio deste ano, um acidente na curva Tamburello, no circuito de Imola, pôs fim ao sonho e ficou devendo ao conto de fadas um final feliz. Desde então, para Adriane, a vida tornou-se um pesadelo: “Às vezes penso que estou dormindo e vou acordar. Custo a me convencer de que Ayrton nunca mais estará ao meu lado...”

Com a morte de Senna, a vida de Adriane, mais uma vez, transformou-se de uma hora para outra. “Meus valores, meus ideais, tudo mudou. Preservo apenas a minha personalidade. Tenho altos e baixos. Não sei de onde tiro forças para manter-me viva. Graças a meus amigos, à minha família e a Deus, começo e a sentir-me melhor. Mas é difícil. Não consigo deixar de pensar em Ayrton. Sinto-me vulnerável e triste.

De todas as manifestações de solidariedade, é a correspondência dos fãs do piloto a que mais conforto traz. “Estas cartas são fantásticas. Me dão forças para seguir em frente. Vêm de todos os lados, de todos os países. As pessoas não imaginam o quanto eu gosto de receber estas cartas e como faz bem poder relê-las. Me escrevem sobre Ayrton com tanto carinho... O apoio do empresário Antônio Carlos de Almeida Braga e de sua mulher, ‘verdadeiros amigos’, também tem sido fundamental.” Sem trabalhar desde que começou a namorar Senna, foi na casa deles em Sintra , Portugal, que Adriane se hospedou desde que perdeu o noivo. 

Jovem e bonita, Adriane sabe que precisa ser forte. “Ele não gostava de fraquezas. Aprendi com Ayrton à não ceder às facilidades. Isso e muito mais. Ele sempre repetia: “O que você semeia, você colhe.”” E, por maior que seja a sua dor, sabe também que precisa começar a semear um novo futuro. Voltar à carreira de manequim? Por enquanto, não. “Parei tudo por ele. Renunciei
à minha carreira para ficar sempre ao seu lado. Não quero mais me ver sorrindo numa capa de revista.” Enquanto busca reencontrar o equilíbrio, Adriane apela para as recordações. “Com Ayrton , vivi uma etapa maravilhosa da minha vida. Nós dois fomos realmente felizes. Lembro-me da emoção que tive quando fui, com ele, pela primeira vez a Mônaco. Também quando descobri a Hungria , o país de minha mãe. Eu e Senna fizemos uma viagem de férias a Bora Bora. Só nós dois. Foi magnífico. Houve também momentos bons quando nos encontramos no seu apartamento de São Paulo, ou na fazenda da família ou em sua propriedade de Angra dos Reis. Hoje, sou incapaz de voltar a esses lugares. Nem mesmo quero usar o carro que ele me deu.”


Quanto a um futuro casamento por hora, nem pensar. “Não me imagino ao lado de outro homem. Tenho 21 anos e seria tolo dizer que não pretendo refazer a minha vida. Sei que não serei uma eterna viúva. Mas, no momento, prefiro esperar. Ficar como estou, sozinha com meus pensamentos. Além disso, tenho certeza de que no futuro, quando estiver casada e com filhos, não passará um dia sequer sem que Ayrton me passe pela cabeça. Daqui a 60 anos, quando estiver bem velha, será tudo igual. Ayrton terá sido único em minha vida. Por isso, todas as noites peço a Deus que, ainda que eu tenha perdido o homem que amo, não me deixe perder as lembranças que conservo do tempo maravilhoso que vivemos juntos.”



FONTE PESQUISADA

Adriane Galisteu: Encontro marcado com a saudade. Manchete, Rio de Janeiro, ano 43, nº 2224, p. 4 – 7, 19 de novembro 1994.

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